quarta-feira, 30 de novembro de 2011
"O que me dói não é
o que há no coração
mas essas coisas lindas
que nunca existirão."
Fernando Pessoa
Sempre te busco,
nunca te encontro.
Que nuvem densa,
múltipla e vária,
te oculta aos olhos
que te sonharam?
E vão te chamo.
Eco perdido,
a voz retorna.
Frágil e tímida,
deu volta ao mundo.
Não te encontrou.
Meu pensamento
sobe bem alto,
sobe mais alto.
Espelho mágico,
mostra-te aos astros.
Nenhum te viu.
Ninguém te viu,
nem te verá.
Morres comigo.
Emílio Moura
sábado, 12 de novembro de 2011
Nunca houve palavras
Nunca houve palavras para gritar a tua ausência
Apenas o coração
Pulsando a solidão antes de ti
Quando o teu rosto dóia no meu rosto
E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
E os teus olhos não eram mais
que um lugar escondido onde a primavera
refaz o seu vestido de corolas.
E não havia um nome para a tua ausência.
Mas tu vieste.
Do coração da noite?
Dos braços da manhã?
Dos bosques do Outono?
Tu vieste.
E acordas todas as horas.
Preenches todos os minutos.
acendes todas as fogueiras
escreves todas as palavras.
Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito em ti
e a noite não existe
porque as nossas bocas acendem na madrugada
uma aurora de beijos.
Oh, meu amor,
doem-me os braços de te abraçar,
trago as mãos acesas,
a boca desfeita
e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
e se perde depois numa estrada deserta
por onde caminhas nua.
Como se estivesses triste
Joaquim Pessoa
Seja bem vindo! Volte sempre e,
por favor, deixe um comentário.
Apenas o coração
Pulsando a solidão antes de ti
Quando o teu rosto dóia no meu rosto
E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
E os teus olhos não eram mais
que um lugar escondido onde a primavera
refaz o seu vestido de corolas.
E não havia um nome para a tua ausência.
Mas tu vieste.
Do coração da noite?
Dos braços da manhã?
Dos bosques do Outono?
Tu vieste.
E acordas todas as horas.
Preenches todos os minutos.
acendes todas as fogueiras
escreves todas as palavras.
Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito em ti
e a noite não existe
porque as nossas bocas acendem na madrugada
uma aurora de beijos.
Oh, meu amor,
doem-me os braços de te abraçar,
trago as mãos acesas,
a boca desfeita
e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
e se perde depois numa estrada deserta
por onde caminhas nua.
Como se estivesses triste
Joaquim Pessoa
Seja bem vindo! Volte sempre e,
por favor, deixe um comentário.
sábado, 5 de novembro de 2011
Primavera...
Vigilância
A estrela que nasceu trouxe um presságio triste:
inclinou-se o meu rosto e chorou minha fronte:
que é dos barcos do meu horizonte?
Se eu dormir, aonde irão esses errantes barcos,
dentro dos quais o destino carrega
almas de angústia demorada e cega?
E como adormecer nesta Ilha em sobressalto,
se o perigo do mar no meu sangue se agita,
e eu sou, por quem navega, a eternamente aflita?
E que deus me dará força tão poderosa
para assim resistir todas a vida desperta
e com os deuses conter a tempestade certa?
A estrela que nasceu tinha tanta beleza
que voluntariamente a elegeu minha sorte.
Mas a beleza é o outro perfil do sofrimento,
e só merece a vida o que é senhor da morte.
Cecília Meireles
in Mar Absoluto
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Poema àquela certeza
É esta certeza que o tempo intercepta
– grave rumor do salgueiro ao vento
vento rumor próprio do tempo.
É esta certeza que o rio desenha
na água o vidro....no fundo a sombra
sombra da sombra que se faz na água.
É esta certeza que o vento impele
na água a folha ....no fio do tempo
tempo do tempo que o rio engendra.
É esta certeza que o rumor acende
e deixa no ar redemoinhos
círculos de vento que o vento leva.
Vieira Calado
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