segunda-feira, 21 de novembro de 2016

EXCERTO LITERÁRIO





Talvez o tempo, por si só, explique a cada um
 de nós o que é necessário para a felicidade.
 Talvez a felicidade seja sempre outra coisa
 que em cada idade se revela para que nos 
esforcemos de novo, continuamente. 
Há um amor guardado para cada fim. No limite,
 já não podemos adiá-lo. Temos de amar sem 
olhar a quem até que, olhando, o perfeito 
desconhecido nos seja familiar. Até que se
 invente uma família, tão pura e fundamental 
quanto outra qualquer. A felicidade, afinal,
 é possível, embora se esconda atrás de
 um mundo de tristezas. Mas nenhuma tristeza
 nos deve vencer. O destino de cada um é só
 este: acreditar, mesmo quando ninguém mais
 acredite.

Valter Hugo Mãe 
em “O Filho de Mil Homens”