Menina que não lês o meu poema,
Mas que tens a pureza que nele canto,
Vê na balança dos meus olhos quanto
Pesa a ternura humana que te dou:
Ponho nas tuas mãos ingênuas de criança
Toda a herança
Que da morte da vida me ficou.
Miguel Torga
In: Antologia Poética
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