A luz dissolve as pedras. E os cavalos
de fogo se projetam contra o vento.
Lá se vão eles, potros de ar sangrento,
por entre os sóis que intentam sufocá-los.
Lá se vão eles, potros de ar cinzento,
como se a própria luz incendiária
lhes desse uma aparência imaginária
de cor, de som, de céu em movimento.
E então o céu me envolve. Eis que me arrasta
o seu raro esplendor, o trepidante
fremir de intenso azul. No alto me espera
uma forma incorpórea, a visão casta
do que fascina e queda agonizante...
— Campo do amor chamando a primavera.
Alphonsus de Guimaraens Filho
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