Hoje desapreendo o que tinha aprendido até ontem
e que amanhã recomeçarei a aprender.
Todos os dias desfaleço-me em cinza efêmera
todos os dias,reconstruo minhas edificações, em sonho eternas.
Esta frágil escola que somos, levanto-a com paciência
dos alicerces às torres,sabendo que é trabalho sem termo.
E do alto avisto os que folgam e assaltam, donos
do riso e pedras.
Cada um de nós tem sua verdade, pela qual deve morrer.
De um lugar que não se alcança, e que é , no entanto claro,
minha verdade, sem troca,sem equivalência nem desengano.
Permanece constante, obrigatória, livre:
enquanto aprendo, desaprendo e torno a reaprender.
Cecília Meireles
In O Estudante Empírico
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