Eis-te ao piano... Os amestrados dedos
Fazes correr
por sobre as teclas brancas,
Urdindo as tramas de sutis enredos,
Com que
os pesares, para longe, espancas.
E os circunstantes silenciosos,
quedos,
De corações abertos e almas francas,
Pasmam de ouvir os mágicos
segredos
Que, à força d’arte, do instrumento arrancas.
De ouvido
atento à execução pasmosa,
Do gênio criador a luz radiosa,
Na tua fronte
virginal, diviso.
E aí me quedo, reverente e mudo,
Em êxtase de gozo,
alheio a tudo,
Sonhando achar-me em pleno paraíso.
Pe. Antônio
Tomaz