quinta-feira, 24 de abril de 2014

FELICIDADE




A felicidade sentava-se todos os dias no peitoril da janela. 

Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos 
ou de roçar lentamente o cabelo pelas faces humanas.

E, como menino que era, 
achava um grande mistério no seu próprio nome. 


Jorge de Sena,
in Antologia Poética




Nenhum comentário:

Postar um comentário