quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O TEMPO



o tempo não tem todo o mesmo peso. há um tempo que abre feridas e
outro que as cicatriza. a impaciência é uma energia inútil e os
heróis são personagens de outro palco. já quis acarear o tempo.
agora só quero ir ao lado dele.

nutro-me de utopias. desabo debaixo de grafias líquidas.
concedo-me o destino das algas. e devolvo-me às marés.
de peito aberto. para ser só coração. vibrante e voraz. vocação
de vaga que explode o beijo na areia.

mas há-de vir o inverno. o frio na pele. o aperto no coração.
a gestação dos diálogos. quentes e doces. aveludada teia que
retorna ao pensamento quando os dias quietos se retocam de
nostalgia. sei então que em algum momento e lugar voaremos em
movimento de asas sincronizado. teremos então a idade do ouro.

Maria José Quintela.

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