quarta-feira, 5 de março de 2014

CARNAVAL



E foi-se o Carnaval. E só ficou,
de tudo, uma lembrança dolorida
que resta desse amor que se acabou
numa alegria que redime a vida.


Da loucura da febre que passou,
a alma se sente só e consumida;
na solidão que o sonho lhe deixou
a saudade ainda vive, malsofrida.


E, tristemente, o coração recorda,
na angústia de uma louca nostalgia,
esse sonho fugaz que ele sonhou.


Carnaval de um amor que, na alma, acorda
a esperança de uma última alegria,
entre as cinzas de tudo que passou.



 Afonso Louzada,
Em: Noturno



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