segunda-feira, 14 de outubro de 2013

AMADA SOLIDÃO...




Amada solidão, silêncio amigo, 
Vosso convívio me é tão grato e ameno 
Que, voluntariamente, me condeno 
A viver só, para vos ter comigo. 


Alheio ao mundo, como um poeta antigo, 
Noto, isolado, que ao mais leve aceno, 
Me vêm, em ronda, ao espírito sereno 
As idéias e imagens que persigo... 


Solidão! vem de ti o êxtase infindo 
Em que sinto, em constantes primaveras, 
Meu ser a natureza refletindo... 


Silêncio! enchendo o espaço onde me esperas, 
Sonho, como Pitágoras, ouvindo 
A harmonia divina das esferas.


Da Costa e Silva,
in Poesias Completas

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