quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A COR DA LUA NOVA




Com crisântemos entre as mãos,
manuseio ideias fixas
e pinto, de vermelho, todos os segredos
que guardo pouco à vontade.
Depois, ao comprido das horas,
escolho um lugar estratégico para esperar a alegria
e dou, ao coração, nomes contraditórios.
A passagem do tempo, traça em meus pés
um futuro peregrino.
Nenhum prodígio me está destinado.
Só a brisa, entrando pelo avesso dos sonhos,
infatigável e lenta, me deixa no olhar
a cor da lua nova.

Graça Pires
De Reino da lua, 2002



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