quinta-feira, 11 de setembro de 2014

SONETO VII



Deixemo-nos viver por vocação,
Densos de sonhos e tintos de inocência,
Por bandeiras, jazidas de intuição,
E passos fabulando na existência.
Contraditórios sim, pois vários somos,
Faces que se desvendam e se procuram,
Assim vamos seguindo entre os assomos
E evanescentes luas que ainda auguram.
Deixemo-nos viver em rebeldia,
Falcão de puro vôo em nossos ombros,
Cresce brasão inquieto em penedia,
Por timbre, cavalgada dos assombros.
E na certeza que nos torna vários,
Haja glória de sermos tão precários!

Paulo Bomfim
in Súdito da Noite




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