quarta-feira, 17 de setembro de 2014

SONETO XIV



As casas, as pessoas e os poemas
Devem ser habitáveis, devem ter
Livre circulação de luz e temas,
E estranhas aventuras de viver.
Que as estruturas falem de aconchego
Num pulsar de projetos e paixão,
E entre guerras e campos de sossego,
O pervagar por sorte ou vocação.
Que more olhar silente nos terraços
Dos frágeis edifícios de existir,
E mesmo soterrada sob espaços
Surja do caos a ordem de florir.
Em cordas de água sobe o sol dos banjos,
Haja a plumária dos momentos anjos!


Paulo Bomfim
in Súdito da Noite


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