sábado, 4 de outubro de 2014

SONETO AZUL



Quando desperto mansamente agora
é toda um sonho azul minha janela
e nela ficam presos estes olhos,
amando-te no céu que faz lá fora.

Tu me sorris em tudo, misteriosa...
e a rua que - tal como outrora - desço,
a velha rua, eu mal a reconheço
em sua graça de menina-moça...

Riso na boca e vento no cabelo,
delas vem vindo um bando... E ao vê-lo
por um acaso olha-me a mais bela.

Sabes, eu amo-te a perder de vista...
e bebo então, com uma saudade louca,
teu grande olhar azul nos olhos dela!

Mario Quintana
In Baú de Espantos


Nenhum comentário:

Postar um comentário